Em Nova Andradina, filho acusado de matar a mãe é condenado a 20 anos e 5 meses de prisão

Sessão de julgamento desta quinta-feira (28), durou quase 9 horas

JORNAL DA NOVA


A Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Nova Andradina condenou, nesta quinta-feira (28) Matheus Gabriel Gonçalves dos Santos, de 20 anos, a 20 anos e 5 meses de prisão, acusado de matar a própria mãe, Marta Gouveia dos Santos, de 37 anos. O crime ocorreu em 23 de janeiro do ano passado, no anel viário, em Nova Andradina.

Apurados os votos dos jurados, o Conselho de Sentença decidiu por maioria condenar o réu por homicídio qualificado, crime previsto no art. 121, parágrafo 2.º, incisos II (motivo fútil), IV (recurso que torne impossível a defesa da vítima) e VI (feminicídio), e art.211 (ocultação de cadáver), todos do Código Penal (CP).

A sessão de julgamento realizada no Fórum de Justiça foi presidida pela juíza Cristiane Aparecida Biberg de Oliveira. O promotor de Justiça William Marra Silva Júnior atuou pelo MPE (Ministério Público Estadual) e os advogados Matheus Gonçalves os advogados Aparecido Tinti Rodrigues de Farias e Cláudio Martins fizeram a defesa do réu.

 

Ao Jornal da Nova a defesa disse que vai recorrer da decisão, assim como o Ministério Público, que irá requerer aumento da pena.

 

O julgamento desta quinta-feira (28), durou aproximadamente 9h e foi acompanhada por familiares da vítima, assim como o então esposo de Marta, que por várias vezes se retirou do Tribunal movido a emoções.

Quando interrogado pela juíza, Matheus disse que não tinha motivos para matar a mãe e que as acusações eram falsas. Ele ainda relatou que que foi torturado na Delegacia de Aquidauana para confessar o crime, inclusive teria levado socos na cabeça e estômago, mas nunca disse que havia matado a mãe.

 

Em momentos durante o julgamento, testemunhas disseram que Matheus fala ao mesmo tempo com Deus e com o demônio. Em uma das passagens dos autos sobre suas conversas, ele teria afirmado que recebeu uma “revelação” sobre a morte de Marta e que queria que isso acontecesse.

Ao ser indagado pela defesa se estuprou e matou a mãe, o réu chorou dizendo que não. “Não tem cabimento isso, sou cristão”.