Policial
Ex-secretária da Semcias é investigada por ''coagir'' servidores a ir em reunião política em Nova Andradina
Caso não fossem na segunda-feira passava em sua sala e assinava a exoneração
JORNAL DA NOVA
A ex-secretária Julliana Caetano Ortega está sendo investigada pelo MPE (Ministério Público Estadual) em Inquérito Civil que apura coação contra servidores da Semcias (Secretaria Municipal de Cidadania e Assistência Social) em ato político ocorrido em julho deste ano, em Nova Andradina.
Conforme apurou o Jornal da Nova, ao menos, nestes últimos dois dias mais de 15 pessoas foram ouvidas na Promotoria de Justiça de Nova Andradina, destas, cerca de cinco confirmaram que a ex-secretária obrigou todos a irem na reunião política que aconteceu nas dependências de um hotel no dia 16 de julho passado.
Uma das testemunhas que prefere o anonimato com medo de represálias relatou que se não fosse na reunião do então candidato eleito deputado estadual Zé Teixeira e do candidato derrotado deputado federal Walter Carneiro, o quais a ex-secretária estava apoiando, na segunda-feira (18) de julho, era para passar na sala dela para assinar a demissão.
“Nós éramos obrigadas a irem nessa reunião, principalmente quem são comissionados e contratados, tivemos que aceitar porque o que estava em jogo era nosso ganha pão”, disse uma das servidoras ao sair do Ministério Público.
O Jornal da Nova entrou em contato com o Promotor de Justiça Paulo Henrique Mendonça de Freitas que é responsável pela investigação, mas ele não quis comentar o caso porque está sob sigilo.
A reportagem também apurou que essa mesma denúncia chegou na Ouvidoria da Prefeitura Municipal, mas que foi arquivada devido ela ter sido exonerada do cargo devido a “Operação Cobertor Curto”.
“É ilegal a exploração da máquina administrativa ou de recursos estatais em proveito de candidato ou partido político. E, em se verificando a prática das vedações, tem que haver a devida apuração disciplinar, mesmo que ela [investigada] tenha sido exonerada, uma vez que, ficaram as vítimas desse abuso, que são os servidores”, disse um advogado consultado pelo Jornal da Nova.
Outro lado
O advogado Christovam Maritins Ruiz que defende a Julliana Ortega, disse que não tem conhecimento dos fatos, mas que vai requerer acesso aos autos para poder falar sobre o caso futuramente.