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Terror das arenas, touro mais temido entre peões de rodeio está avaliado em meio milhão de reais
Reza a Lenda é um dos astros da montaria e foi eleito Touro do Ano pela liga PBR Brazil. De 17 provas, ele só foi derrotado três vezes. Dono já recebeu oferta de R$ 1,5 milhão, mas recusou.
POR IGOR ABREU E THAISA FIGUEIREDO, G1 RIBEIRãO PRETO E FRANCA
Não só os peões são consagrados na Festa do Peão de Barretos, a maior do gênero na América Latina. Na arena, os touros são astros e a cada confronto pelos oito segundos, o público vibra nas arquibancadas na torcida.
Mal encarados, robustos e hábeis nos pulos, eles são temidos. O objetivo é um só: provar que são mais fortes do que qualquer desafiante em cima do lombo deles.
A liga de rodeio Professional Bull Riders (PBR) Brazil premiou em Barretos o melhor touro da temporada 2022. Reza a Lenda, da companhia Red Bucking Bulls, venceu a disputa.
Invicto, o touro mandou para o chão todos os nove peões que ousaram montá-lo durante oito segundos, tempo necessário para pontuar na prova. Para se ter ideia, Reza a Lenda leva, em média, só 2,7 segundos para derrubar o desafiante.
“Hoje um touro de rodeio precisa ter cinco quesitos: pulo, coice, giro, intensidade e dificuldade. E o Reza a Lenda tem tudo isso muito preciso para ter a nota do pulo. Hoje, dentro dos quesitos de pulo, para mim, ele é o melhor touro do mundo”, diz o pecuarista José Carlos de Souza, o Kakau, dono do astro do rodeio.
Reza a Lenda tem cinco anos de idade e foi adquirido pela companhia Red Bucking Bulls em dezembro de 2019 por R$ 500 mil, recorde para a liga nos últimos anos. Desde então, as propostas pelo animal já superam a casa de R$ 1 milhão.
Quando foi comprado, Reza a Lenda era um garrote. Com o treinamento, cuidados especiais e a genética de primeira, o touro se tornou o terror das arenas.
“Depois que ele foi para a nossa mão, peão nunca parou em cima dele. Ele já teve 17 saídas [provas] na PBR e só três paradas. Uma de 90 pontos, outra de 91,75, e a última de 92,25 pontos.”
Kakau está no universo do rodeio desde 2000, mas só em 2010 começou a trabalhar para ter a própria boiada. De Água Doce do Norte (ES), o pecuarista se mudou para Newark, em Nova Jersey, nos EUA, onde trabalha com melhoramento genético de touros.
“Hoje estou nos EUA e vim para cá para isso, fazer minha boiada e comprar uns bois diferentes para trabalhar com genética. A gente tem novilhas para parir, genética americana com brasileira.”
Para se ter ideia, Reza a Lenda leva, em média, apenas 2,7 segundos para colocar o competidor no chão.
“Hoje o Reza a Lenda é o xodó do Brasil e da companhia. Nós temos vários touros no plantel, mas o destaque é o Reza a Lenda.”
Mais celebridades
Outros touros brilharam na temporada. Um deles é Praiano, que tem quatro anos e pertence à companhia Guto Paglione. Ele já participou de três rodeios e só o peão Vitor Hugo Costa conseguiu parar em cima do animal. O feito, inclusive aconteceu na noite de quinta-feira (18) em Barretos.
Já Cama Fria, do grupo FBM, tem quase seis anos e já foi desafiado três vezes, tendo derrubado dois peões. No único insucesso, em Socorro (SP), proporcionou ao peão Igor Junqueira a maior nota do evento: 89.
Briga acirrada
O diretor-proprietário da PBR e tricampeão mundial da montaria, Adriano Moraes, afirma que Praiano, Reza a Lenda e Cama Fria, se destacam pela consistência em todos os quesitos.
“Cada touro tem seu tipo de pulo. Uns demoram mais [no alto], outros voltam mais rápido. A maioria dos touros que tem média acima de 44,5, pontos apresenta características parecidas nos cinco quesitos analisados: altura de pulo, verticalidade de coice, verticalidade do lombo, intensidade e mudança de direção. Esses que estão à frente, são fortes em todas as características”, explica.
“A regularidade fez com que eles [Reza a Lenda, Praiano e Cama Fria] chegassem como favoritos ao título do ano. Mas eles podem perder o título do evento, pois outros touros estão na disputa", complementa Moraes.