Após ganhar ‘fôlego’ com ampliação no número de leitos, Mato Grosso do Sul voltou a registrar taxa de ocupação acima do limite. Nesta segunda-feira (29), o painel Mais Saúde, da SES (Secretaria  Estadual de Saúde), indica que 102% das UTIs (Unidades de Terapia Intensiva) estavam ocupadas.

Assim, conforme os dados repassados pelos hospitais, são 561 pacientes graves registrados para apenas 543 leitos disponíveis em hospitais. Apesar do alto índice de internação, o número de vagas foi ampliado recentemente, passando de 352 no início do mês para o número atual. Ou seja, foram 191 novas vagas abertas.

Em Campo Grande, a situação é mais delicada e a taxa de ocupação em UTIs exclusivas para pacientes covid chega a 106%, uma das mais altas do país, segundo a Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz).  O Painel Mais Saúde mostra que são 350 pacientes para 317 vagas.

A Capital também contou com ampliação de leitos esse mês, passando de 168 no início de março para os atuais 317 leitos existentes.

O HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul) – referência para tratamento da covid pelo SUS – permanece em situação crítica. São 120 leitos críticos existentes, mas existem 14 pacientes internados de forma improvisada na ala vermelha do hospital, conforme boletim emitido na noite de domingo (28).

Dourados também registrou alta na taxa de ocupação de leitos críticos para pacientes covid, passando de 85% na semana passada para 95% de internações nos 69 leitos existentes na rede hospitalar.

Três Lagoas permanece sem vagas UTI para tratamento da doença, assim como Corumbá.

 

Alerta Fio Cruz

Em boletim extraordinário divulgado na semana passada, pesquisadores da Fiocruz mostraram a situação que MS e Campo Grande estavam com um dos índices mais altos do país e fizeram alerta.

Os pesquisadores indicam que os altos índices de ocupação retratam o colapso no sistema de saúde no atendimento a pacientes que precisam de cuidados complexos para covid. Por outro lado, também prejudicam o atendimento a pacientes com outros tipos de doenças.

O documento assinala que medidas mais rigorosas que estão sendo adotadas em algumas localidades são fundamentais para interromper a tendência de descontrole da pandemia, diminuindo os “efeitos sobre o sistema de saúde e poupando vidas”.